Esse artigo foi escrito em meio ao isolamento e a solidão que atravessou a minha existência durante a pandemia da COVID-19. Diante da solidão, do medo, da angústia e da raiva, escrevi esse texto sentindo o peso da morte de centenas de milhares de brasileiros que tiveram suas vidas ceifadas graças a um governo genocida e fascista. Não acreditar na ciência perante todos os fatos foi o ápice da irresponsabilidade, desumanidade e alienação do ex-presidente da república. O que me fez ter ainda mais forte em mim, o desejo de estudar, pesquisar e publicar pesquisas nesse país, porque a ciência precisa ter espaço.
Tem um trecho desse texto que me é muito marcante, e eu vou deixar ele aqui, quem sabe não te deixa curiosa(o) para ler o restante?
"O não pensar, por exemplo, é uma das formas de eliminar o sofrimento o que para Nietzsche, “eliminar o sofrimento é o mesmo que eliminar a vida” (Mosé, 2019, p. 20) portanto, a partir do momento que a dor do outro deixa de incomodar, deixa de ter importância, a vida foi eliminada, no sentido fidedigno do termo, tendo em vista que a dor pode ser uma das formas mais genuínas da expressão humana. Afinal, a angústia é o que torna a morte intencional, no sentido fenomenológico, pois a experiência da angústia é fruto da ausência de significado, da dificuldade de construir um sentido. Para a fenomenologia, a angústia é fruto da consciência de algo, e este algo, pode ser a consciência de vida, de estar vivo e ainda, de que é finito."